Existir no inacreditável

Há alguns anos atrás, estava em um fim de tarde comum, conversando com pessoas amigas sobre a vida, sobre o futuro e os desejos do que queríamos criar como arte. Naquele dia, essa edição da sala compacta começou a ser imaginada, motivada por um diálogo sobre uma das artistas que me relatou o desejo de realizar uma obra que, apesar de ser uma ideia simples, naquele momento produzir o trabalho seria impossível, por questões financeiras, logísticas e até mesmo políticas. Apesar do procedimento artístico só existir pela narrativa que ouvia, as reflexões que operam em relação à obra eram tão potentes, que a meu ver, mereciam ser compartilhadas, existindo também para um público maior do que a informalidade de uma conversa de fim de tarde. 

A sala compacta é um programa desenvolvido para colecionar e exibir pesquisas em arte contemporânea que tensionam os limites da realidade material. Por isso, essa edição se dedica a apresentar arte como projeto, aproximando-se do que existe de mais experimental no processo de investigação artística, na tentativa de compartilhar com os públicos obras de arte que ainda não são viáveis ou mesmo irrealizáveis. As dezoito pessoas artistas e os dois coletivos reunidos aqui usam estratégias diferentes no desenvolvimento de suas pesquisas: vídeos, projetos gráficos, PDF`s, fotografias, desenhos, livros, pinturas, 3D ‘s, gifs, arquivos digitais e analógicos, utilizando-se formalmente de novos e antigos recursos para compartilhar imagens que, por vezes, só poderiam existir como ideias.

A seleção, com 369 aplicações de artistas das cinco regiões do país, desafiou nossa própria percepção e crença nos formatos que poderiam se apresentar enquanto projeto. Os cadernos de artistas, papel e lápis passaram a dividir espaço com software de criação de imagem e edição; drones com câmeras aéreas; mapas digitais e uma série de plataformas que colaboram na conversão de pensamentos em visualidades. Estivemos também atentos a contemplar artistas de territórios diversos e com modos distintos de formularem suas investigações. Sem dúvida, olhamos para as trajetórias, com a delicadeza de ler também os projetos de artista, que podem levar uma vida para se consolidarem, sendo essa indicação uma sinalização de continuidade aos planos que serão ainda criados, mesmo que hoje ainda sejam inacreditáveis.

Gilson Plano
Curador

CRÉDITOS

Curador
Gilson Plano

Comissão julgadora
Ariana Nuala
Nutyelly Cena
Gilson Plano

Produção
Malu da Cunha

Coordenação
Antonio da Mata

Projeto Gráfico e Plataforma Digital
Lucas Ywamoto  
Sharmaine Caixeta

Coordenação de educação
Anna Luisa Oliveira

Comunicação e Assessoria de Imprensa 
Seven Star
Aline Borba  

Artistas

Aline Brune, Amador e Jr. Segurança Patrimonial Ltda, Âmbar Pictórica, Ana Flávia Marú, Arthur Monteiro, Benedito Ferreira,, Cássia Nunes,, Débora Arruda, Diego de Santos, Escuta, Fluxos do Atlântico Sul, Guilhermina Augusti, Isabela Jaha, Jaíne Muniz, Laila Terra, Marcus Vinícius Barbosa Deusdedit, Mauricio Igor Neves Almeida de Almeid, Meujaela Gonzaga, Natan Dias e Sophia Pinheiro.

MUSEU DE ARTE DE GOIÂNIA

 

Prefeitura de Goiânia

Rogério Cruz

Secretaria Municipal de Cultura
Zander Fábio Alves da Costa

Chefia de Gabinete
Lidiane Dias Barbosa

Supervisão Administrativa
Antônio da Mata

Acervo/Reserva Técnica:
Maria de Pádua

Equipe curatorial do MAG
Doris Dey de Castro Pereira
Enauro de Castro
Maria de Pádua
Yara de Pina Mendonça

Restauração e Conservação
Lorrane Deus Filemon
Luciane Ucella
Reis Ribeiro Neri

Recepção

Alberto Jorge Barroso Araújo
Antônia Marsônia de Lima
Fábio dos Santos Souza
Hélios de Macedo e Silva Filho
José Maurício Martins Mustafé
Miguelina Pereira de Souza Franca
Paulo Victor Fernandes de Assis
Wellington Domingos Soares
Montagem da Exposição:
Alberto Jorge Barroso Araújo
José Maurício Martins Mustafé
Paulo Victor Fernandes de Assis
Wellington Domingos Soares

Apoio Administrativo
Ana Lídia Rodrigues Dias
Luzia Faria Rocha
Maria da Conceição Campos Araújo Santos

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